Henry Darger era guarda em um hospital de Chicago.Reservado,viveu em um quarto alugado por trinta anos,e só saía dele para trabalhar e ir à missa.Em todo esse tempo,Darger não recebeu visitas.Era considerado um homem misterioso e desconhecido pelas pessoas,que só sabiam de sua estranha mania de apanhar lixos e levar para casa.
Até aí nada de mais:Um insano que gostava de reciclagem,ou quem sabe um guarda que gostaria de ter sido coletor!
Mas foi quando ficou impossibilitado de subir escadas é que se descobriu o espantoso mundo secreto que construíra ao longo de décadas.Cetenas de desenhos e colagens;pilhas de papéis revista;imagens recortadas.Como se não bastasse o extraordinário acervo particular de arger,encontrou-se aquela que é,até os dias atuais,a mais longa obra de ficção escrita:The Story of the Vivian Girls, in What is Known as the Realms of the Unreal, of the Glandeco-Angelinian War Storm Caused by the Child Slave Rebellion,com 15.145 páginas.Darger escreveu ainda uma autobiografia com 5 mil páginas.
TCC - Arte incomum:imagens do inconsciente
sexta-feira, 23 de setembro de 2011
Arte bruta
A arte incomum ou art brut foi cunhada pelo artista fracês Jean Dubuffet,em meados de 1940,quando ele começa a colecionar obras feitas por indivíduos desprovidos de cultura artística,primitivos,iletrados ou delirantes,como a arte produzida por pacientes de hospitais psiquiátricos.Dubuffet defini:"Produções de toda especie - desenhos,pinturas,bordados,modelagens,esculturas,etc,que apresentam um caráter espontâneo e fortemente inventivo,que nada devem aos padrões culturais da arte,tendo por autores pessoas obscuras,estranhas aos meios artísticos profissionais".
Para Dubuffet um artistas símbolo da arte bruta é Adolf Wolfli:
Para Dubuffet um artistas símbolo da arte bruta é Adolf Wolfli:
Da mesmo forma,pode-se notar a semelhança entre a obra de Carlos Pertuis e uma antiga placa votiva,admitindo que essas imagens surgem das regiões denominadas por Jung como inconsciente coletivo:
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Carlos Pertuis-1951 óleo sobre papel 46 x 67 cm |
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Sacrifício para a divindade serpente- placa votiva Sialesi (Eteonis) Beócia |
A importância da arte para esquizofrênicos
A comunicação com o esquizofrênico,se realizada em nível verbal,terá poucas chances de êxito.É aí que há a necessidade de uma comunicação em nível não verbal,pois somente dessa forma,será possível a expressão de vivências não verbalizáveis,por indivíduos que se encontram mergulhados no inconsciente,no mundo arcaico dos pensamentos.Dentre as vária atividades que podem ser realizadas pela terapia ocupacional,a pintura é uma das que permite mais fácil acesso ao mundo interno dos esquizofrênicos.Ao dar forma as suas emoções através da arte,o indivíduo despotencialíza as imagens que o amedrontavam anteriormente e objetiva forças autocurativas,que se movem em direção à consciência,ou seja,à realidade.
Pinturas de um mesmo autor,se analisadas em série,revelam a continuidade no fluxo de imagens do inconsciente.Podemos encontrar nas imagens dos esquizofrênicos significações paralelas a temas mitológicos.Isso porque a peculiaridade da esquizofrenia reside na emergência de conteúdos arcaicos que configuram fragmentos de narrações mitológicas.
É o caso de Carlos Pertuis,que na ultima fase da sua vida produzia pinturas que giravam,cada vez mais,em torno do tema mítico do sol (mithra):
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Carlos Pertuis-Lápis e cor sobre papel-1975 |
Mithra é um deus solar e herói,cujo mito narra a dolorosa procura da consciência que o homem de todos os tempos vem representando sob mil faces.O obra de Carlos Pertuis se assemelha muito com o baixo relevo antigo:
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Mithra-baixo relevo |
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