A comunicação com o esquizofrênico,se realizada em nível verbal,terá poucas chances de êxito.É aí que há a necessidade de uma comunicação em nível não verbal,pois somente dessa forma,será possível a expressão de vivências não verbalizáveis,por indivíduos que se encontram mergulhados no inconsciente,no mundo arcaico dos pensamentos.Dentre as vária atividades que podem ser realizadas pela terapia ocupacional,a pintura é uma das que permite mais fácil acesso ao mundo interno dos esquizofrênicos.Ao dar forma as suas emoções através da arte,o indivíduo despotencialíza as imagens que o amedrontavam anteriormente e objetiva forças autocurativas,que se movem em direção à consciência,ou seja,à realidade.
Pinturas de um mesmo autor,se analisadas em série,revelam a continuidade no fluxo de imagens do inconsciente.Podemos encontrar nas imagens dos esquizofrênicos significações paralelas a temas mitológicos.Isso porque a peculiaridade da esquizofrenia reside na emergência de conteúdos arcaicos que configuram fragmentos de narrações mitológicas.
É o caso de Carlos Pertuis,que na ultima fase da sua vida produzia pinturas que giravam,cada vez mais,em torno do tema mítico do sol (mithra):
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Carlos Pertuis-Lápis e cor sobre papel-1975 |
Mithra é um deus solar e herói,cujo mito narra a dolorosa procura da consciência que o homem de todos os tempos vem representando sob mil faces.O obra de Carlos Pertuis se assemelha muito com o baixo relevo antigo:
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Mithra-baixo relevo |
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